TERCEIRO JOGO RECCO X POSILIPO - COMENTÁRIOS

POR CARLOS CARVALHO

FOTO DO SITE DO RECCO

Recco a um passo do scudetto

Vou, mas volto!…

Bem, me preparei para o terceiro jogo e fui logo pensando; no primeiro jogo, aquele caminhão de expulsões; no segundo, expulsão definitiva por brutalidade e a equipe do Recco, com a vantagem, não vence o jogo. Hoje, com certeza vai ser um jogão, mas tudo dentro da normalidade.

Eram 19h, a piscina estava lotada - torcidas fazendo barulho, equipes alinhadas, os dois árbitros a postos. Detalhe: um dos árbitros era uma mulher.

Foi dada a saída, bola do Posilipo, que em menos de 30s abre o marcador. Tudo dentro da normalidade, como esperado. Bola no meio, o Recco da a saída e, com poucos segundos de ataque, o árbitro reverte uma bola no centro, falta de ataque. Tudo normal.

O Posilipo ataca e há uma pesada disputa pela posição nos 2m, entre o centro do Posilipo, Bencivenga, e o marcador do Recco, Mangiante. De repente, o árbitro para o jogo, o banco do Recco, imaginando uma expulsão no centro, começa a protestar. O número apontado para a mesa não é o de Mangiante. O Recco sinaliza que o número está errado. E é quando, de repente, vem a sorpresa: expulsão por brutalidade na posição 1 - Kasas. Foi agressão, não foi? Era suficiente para dar por brutalidade? Não sei. O que importa é que, com um minuto de jogo, em um play off de campeonato italiano, um jogador do nível de Kasas estava expulso por brutalidade. E agora? Pênalti cobrado. Pouco mais de um minuto de jogo, 2x0 para o Posilipo e mais quatro minutos de homem a mais.

Pensei: não vou pensar nada! No jogo passado foi a mesma história a favor do Recco e ele não venceu o jogo. Pois bem, desta vez, o técnico do Recco, na minha opinião – aliás, que opinião que nada! - faz diferente do jogo anterior. Ao invés de insistir com o time titular na água, imediatamente muda quatro jogadores e coloca no jogo Calcaterra, Sottani, Felugo e Fiorentini. Eles jogaram quatro minutos com a menos e perdiam de 2x0. É, mas o primeiro tempo terminou 3x3.

Sabem bem o que é isso? Imaginemos que o jogo tenha começado em 2x0 para o Posilipo - e que o quarto tivesse somente 7 minutos. E desses sete, quatro fossem jogados com um homem a menos para uma das equipes. Pois foi o que aconteceu. E nesses sete minutos restantes a equipe em desvantagem vence o quarto por 3x1. FANTÁSTICO! Neste quarto, destaques especiais para Sottani, Calcaterra e o goleiro Tempesti.

A partir dai o que se viu foi um Recco impecável. Trocando costantemente os jogadores, mas mantendo como base os jogadores que vieram do banco. O Recco manteve um excelente volume de jogo durante toda a partida. Com uma defesa firme e constante, que teve 12 expulsões contra e so levou quatro gols, e um ataque produttivo, que em 8 ocasiões de a mais converteu seis.
No jogo, o Recco alternou defesa pressão com meia zona, que descia no máximo com dois jogadores, e as infiltrações eram feitas pela posição 2. Ainda, na defesa, em função da suspensão do centro titular do Posilipo Zlocovic, toda vez que o centro Bencivenga não estava na água, era pressão o tempo todo.

No ataque desta vez, não houve precipitações. Trabalhavam a bola quase no limite máximo dos 30s, para então definir, um chute, uma pingada ou o retorno para defesa.

Já o Posilipo jogou bem no ataque, na armação e na preparação das jogadas, mas muito mal nas finalizações. Basta ver que um só jogador, Janovic, marcou sozinho a metade dos gols da equipe. A mesma começou macando pressão o campo todo, mas com a entrada do Calcaterra, em noite inspirada, que começou a levar vantagem sobre a defesa, ela foi obrigada a descer para zona quase o tempo todo - o que causou um grande problema para o Posilipo, pois quando a equipe descia, os jogadores do Recco seguravam e trabalhavam bem o ataque. Com isso, eles conseguiram varios gols de fora dos cinco metros e, quando subiam a marcação, a bola entrava no centro. Por duas vezes, Calcaterra finalizou com êxito dos dois metros, além dos a mais que conseguiu a favor.

Destaques do jogo; Udovic, Postiglione e Yanovic, pelo Posilipo; e Tempesti, Felugo, Fiorentini, Calcaterra e Sottani, pelo Recco.

Bem, foi isso. Desculpem a demora para o envio dos comentários, mas após o jogo viajei a Firenze; fui conhecer os pais do Sottani e aproveitar para ver um pouco mais pólo aquático.
Agora é esperar ate quarta, dia 13 de junho, data da quarta partida do Italiano, que pode ser a decisiva para o Recco. Aliás, a equipe que joga em casa, hoje, ao final do treinamento da noite, foi para um hotel, onde ficara concentrada até a hora da partida de depois de amanhã.

Observações: Da mesma forma que na partida anterior, vou fazer pequenas observações. A primeira é que, certo ou errado, mais uma vez, o árbitro não teve a menor exitação em dar uma expulsão por brutalidade.

Na partida aconteceram mais de 20 expulsões; e nenhuma delas dupla.

Na partida anterior, não comentei o fato do atleta substituto do jogador expulso por brutalidade ter cumprido os quatro minutos de expulsão do lado oposto aos que os jogadores expulsos tem que ficar. Pois bem, na terceira partida, novamente, o jogador se posicionou no lado oposto
É isso aí, galera! E, como já antecipou o Serginho, não poderei assitir a quarta partida da final; estou indo para Barcelona - não só para continuar minha viagem de atualização e reciclagem, mas para rever velhos e queridos amigos - a Família Perrone. No entanto, na sequência da viagem, retorno à Itália para assistir o Final Four do Europeu, em Milão.

Minha estada aqui em Genova (Nervi-Bogliasco-Sori-Recco-Rapallo-Quinto, entre outras pequenas cidades que, como estas, tem pallanuoto) me fez ficar ainda mais apaixonado por este esporte maravilhoso. Sonho (e porque não!!?) para que, um dia, este esporte tão bonito se torne popular no meu pais.

Abs a todos, até Barcelona, de onde, com certeza, estarei enviando mais notícias.

Carlinhos

(Comentários sobre o terceiro jogo da final do Campeonato Italiano, enviados nesta data, por motivo de impossibilidade técnica!)