REAÇÃO AO ATAQUE DOS TROLLS

Hoje pedi licença à administradora do blog, minha filha Luiza, para postar uma dica sobre uma matéria que li esta manhã no Caderno de Informática da Folha de S.Paulo. A reportagem 'Reação ao ataque dos Trolls" assinada por Juliano Barreto, fala sobre uma campanha contra os trolls. Para quem não conhece o termo, trolls são aqueles anônimos que escrevem comentários, geralmente desnecessários e ofensivos, que acabam abalando a "blogosfera", que segundo a Folha, é uma "massa de páginas pessoais que deve chegar aos 100 milhões de sites até o final deste ano". A reportagem traz ainda um resumo do Código de Conduta dos Blogueiros (reproduzido abaixo), que está sendo escrito por blogueiros norte-americanos e está aberto a todos os interessados em contribuir dando dicas de regras civilizadas (blogging.wikia.com/wiki/blogger’s_Code_of_Conduct).

Desde que a Luiza decidiu criar o blog do pólo aquático do Fluminense, toda vez que ela conta que recebeu um comentário indelicado me pergunto se essa pessoa não tem o que fazer, é covarde – já que se esconde atrás do anonimato – ou é mesmo mal-educada? No fundo acredito que o grande problema seja a invisibilidade que a internet possibilita. Quem navega anônimo muitas vezes, protegido pelo o anonimato, comete ainda outros crimes sérios como os de injúria e plágio. Procuro orientar minha filha a não aceitar provocações e se sentir sempre à vontade para deletar os anônimos que postarem comentários inoportunos. Acho que ela está no caminho certo, mas aproveito a publicação da matéria da Folha para pedir mais consciência a todos aqueles que acessarem a esse e a outros blogs. Não esquecendo que, algumas vezes, eles são produzidos com cuidado e paixão por uma menina de apenas 12 anos.

Obrigada,
Lilian

DEZ MANDAMENTOS
Confira os principais itens do Código de Conduta dos Blogueiros

- SEJA RESPONSÁVEL
Comentários com conteúdo inaceitável, como ofensas e ameaças são prontamente apagados. Quem viola a privacidade do outro é banido.

- SEJA CIVILIZADO
O que é crime no mundo real também é crime na internet. Seja civilizado com os outros internautas, assim como você seria com alguém na rua.

- DISCUTA RESERVADAMENTE
Em caso de discussão ou problemas, as respostas devem ser encaminhadas diretamente para os envolvidos. É melhor evitar discussões públicas.

- DENUNCIE
Quem fizer ofensas via internet precisa pedir desculpas publicamente ou ser denunciado às autoridades.

- IDENTIFIQUE
A identificação dos usuários é obrigatória. Comentários anônimos dificultam a ação das autoridades.

- IGNORE OS TROLLS
É melhor não responder a comentários maliciosos. Discutir com os ofensores encoraja novos atos de provocação e não resolve o problema.

- COBRE OS RESPONSÁVEIS
As empresas que hospedam sites com conteúdo calunioso devem colaborar com as investigações e apagar conteúdo ofensivo.

- PROTEJA AS FONTES
As origens das informações publicadas em um blog devem ser reveladas por ordem judicial.

- SEJA DISCRETO
É melhor fazer "barulho" ao apagar comentários inadequados. O dono do blog deve remover o conteúdo indesejado de acordo com o que achar mais correto e justificar a ação apenas quando achar necessário.

- NÃO OFENDA
Quem cria um site não deve fazê-lo para ofender outras pessoas e não deve incitar seus visitantes a perturbar os outros. É preciso medir as conseqüências do que é publicado.

FONTE: FOLHA DE S.PAULO – 20 de junho de 2007.

Matéria completa da Folha de S.Paulo

Reação ao ataque dos trolls

Blogueiros debatem criação de código de boas maneiras

JULIANO BARRETO DA REPORTAGEM LOCAL

Há algo de podre na blogosfera, a massa de páginas pessoais que deve chegar aos 100 milhões de sites até o final deste ano, segundo o Gartner.A interação entre autores e leitores, uma das marcas dos diários, transformou-se em veículo para que descontentes e galhofeiros perturbem meio mundo. Impulsionados pelo anonimato oferecido pela internet, os agitadores abusam do espaço para críticas, ofendendo autores e desviando o foco de discussões.Esse tipo de arruaceiro ganhou o apelido de troll -uma criatura mitológica de má fama- e passou de caçador a caça.Para o criador do Br-Linux.org, Augusto Campos, que faz a mediação de discussões em torno do software livre desde 1996, a figura do troll pode ser exemplificada por um velho conhecido."Você deve lembrar do Pedro de Lara, jurado de programas de auditório. O papel dele era sempre discordar, falar o oposto dos outros e nunca ser convencido, ceder ou mesmo tentar convencer o público com argumentos. Ele só falava alto e repetia", diz Campos, que lançou a campanha "Não alimente os trolls".Nos EUA, o incômodo causado pelos comentaristas desbocados chegou ao extremo.Em abril deste ano, uma autora de livros sobre programação foi ameaçada de morte, ficou traumatizada e deixou de blogar.O caso gerou comoção entre gurus da web, como o criador da Wikipédia, Jimmy Wales, resultando na gestação de um Código de Conduta dos Blogueiros, que está em fase adiantada de produção e é aberto para colaborações de qualquer usuário."As pessoas têm visões diferentes sobre o que é aceitável em um blog. Por isso, procuramos assegurar que o Código possa ser adaptável para que o máximo de pessoas possa usá-lo. Assim, a comunidade do blogging.wikia.com fez rascunhos que podem ser seguidos por quem concorda com eles", diz Angela Beesley, uma das líderes da iniciativa.O criador do veterano blog nacional BlueBus.com.br, Julio Hungia, acredita que o Código ajudará a conter o comportamento dos trolls. "Alguns acham perigoso definir quem vai dizer o que é um "comportamento aceitável", mas, ainda assim, fico com a necessidade de estabelecer princípios que organizem e dêem contorno às manifestações de leitores e de blogueiros."Independentemente da adoção do Código, os blogueiros já se armaram para conter os comentários inadequados.São técnicas para a confirmação que inibem os anônimos e publicam apenas aquilo que o autor do blog deseja. Nas próximas páginas, você verá o tamanho da bagunça que os trolls andam fazendo e vai conferir como ativar a proteção em seu blog.Próximo Texto: Tec-tec-tecÍndice