O brasileiro Kiko Perrone, jogador da seleção espanhola de water polo, encontrou um tempinho antes da semifinal do Mundial de Melbourne contra a Hungria, para dar essa entrevista ao nosso blog. Kiko contou um pouco de sua carreira, falou de treinamentos e deu dicas para os mais jovens. Valeu Kiko!!!!!!
POLO FLU ->Onde e com quantos anos você começou a jogar water polo?
KIKO ->Comecei a jogar no C.R Guanabara com 9 anos.
POLO FLU ->Como filho de jogador, qual a influência que seu pai teve na sua escolha pelo water polo?
KIKO ->Nós sempre víamos os jogos e íamos ao clube com ele. Era normal que a gente se interessasse pelo esporte.
POLO FLU ->Qual a principal diferença entre o pólo do Brasil e da Europa?
KIKO ->Na Europa existem muitos clubes que têm o water polo como principal esporte. Existe uma tradição e uma cultura relacionada ao pólo muito mais forte que no Brasil.
POLO FLU ->Como você vê o sucesso do seu irmão Felipe na Europa? E o que você sente ao jogar contra ele?
KIKO ->Eu fico muito feliz. Acho que ele merece todo o sucesso que está tendo e se continuar com a dedicação e o amor que tem pelo pólo vai atingir um nível ainda muito mais alto. Acho péssimo jogar contra ele, não por ser meu irmão, mas porque muitas vezes ele é o principal responsável pela derrota do meu time.
POLO FLU ->Como é feito o trabalho nas divisões de base na Espanha?
KIKO ->Nos clubes o trabalho é muito parecido com o do Brasil. A diferença é que com 15 anos os jogadores mais talentosos são selecionados para ingressar na Blume. A Blume é um centro para atletas onde os garotos estudam e treinam duas vezes por dia, quem mora fora da cidade pode ficar alojado lá também. Existem centros como esse tanto em Madrid como em Barcelona.
POLO FLU ->Quantos campeonatos e jogos vocês tem por temporada?
KIKO ->Normalmente com o clube a gente joga a Liga Catalana, que é tipo um campeonato Carioca e faz parte da preparação das equipes (são uns 6 jogos), a Liga Espanhola (entre 24 e 29 jogos), a Copa do Rei (entre 1 e 3 jogo) e a Liga Européia entre (entre 6 e 14 jogos).
POLO FLU ->Como os companheiros do C.N Barcelona te receberam quando você chegou à Espanha?
KIKO ->Receberam-me muito bem, mas com certa desconfiança em relação ao meu nível de jogo pelo fato de ser brasileiro. Depois com o passar dos jogos o pessoal já confiava em mim.
POLO FLU ->Como é feito o trabalho na seleção Espanhola?
KIKO ->A gente começa a preparação com uma concentração no CAR de Sant Cugat que é um centro de alto rendimento desportivo. Chegamos lá (fica a 20 minutos de Barcelona) às 8h, tomamos café da manha todos juntos, de 9h as 10h15m fazemos o trabalho de musculação, de 10h30m às 12h30m trabalho físico dentro d’água. As 13h almoçamos todos juntos e temos uns quartos para descansar. As 16h voltamos à piscina para realizar treinos tácticos até as 18:00.
POLO FLU ->Sua ida para a Espanha ajudou a verem os jogadores brasileiros com outros olhos?
KIKO ->Acho que sim. Depois da minha vinda e do Felipe, alguns jogadores brasileiros já foram contratados por clubes da Espanha (Marcelinho, Charuto e Gabriel).
POLO FLU ->Qual é o conselho que você daria aos jovens jogadores brasileiros que querem tentar a sorte na Europa? Quais são os melhores países para isso?
KIKO ->Meu pai escreveu uma coluna muito boa sobre esse assunto. Tudo depende do seu nível de jogo e de suas expectativas como jogador. Quem realmente quer jogar na Europa em um time de ponta não pode se contentar em treinar igual aos outros. No Brasil já se jogam muito menos campeonatos e existe pouco contato com a elite do esporte, se você ainda por cima treinar menos que os europeus são praticamente impossível se aproximar do nível deles.
POLO FLU ->Como foi jogar pelo Fluminense com os seus companheiros do Barcelona no Troféu Brasil em 2006 (FOTO)?
KIKO ->Foi muito legal. Espero repetir essa experiência e que os outros clubes possam seguir o exemplo do Flu trazendo jogadores estrangeiros para aumentar o nível da competição nacional.
POLO FLU ->Como será a sua reação no dia que você tiver que jogar contra a seleção Brasileira?
KIKO -> Já joguei contra o Brasil. Foi meio esquisito, mas procurei encarar como se fosse um jogo entre clubes.
POLO FLU ->Quais são seus ídolos no WP? E quais foram as pessoas mais importantes no seu início como atleta?
KIKO ->Eu sempre procurei observar o Manuel Estiarte, principalmente por ter características físicas muito parecidas com as minhas. As pessoas mais importantes foram meus pais, o Carlinhos (meu técnico dos 12 até os 24 anos) e o Barriga que era uma espécie de professor particular meu e do Beto.
POLO FLU ->Você sente falta de jogar com os seus amigos do Fluminense?
KIKO ->Sinto falta, mas sempre que tenho férias dou uma passada no Flu para jogar pelo menos um coletivo com eles. (Na foto: Lacativa, Beto e Kiko. Amigos desde os 12 anos)
POLO FLU ->O que você acha que o Brasil precisa para desenvolver o pólo aquático?
KIKO -> Acho que precisa de muita coisa. Para começar um plano estratégico.
POLO FLU ->Você acha viável o Brasil ter um campeonato de longa duração?
KIKO ->No momento acho que os clubes não têm dinheiro para realizar muitas viagens. Teria que ser um campeonato em que se joga a fase classificatória dividida por Estados.
POLO FLU ->Com quantos anos você pretende parar de jogar? E o que você fará depois disso?
KIKO ->Não sei quando vou parar de jogar. Até as olimpíadas de Pequim 2008, se tudo der certo, minha prioridade é o pólo. Depois disso espero poder fazer a transição progressivamente para a área profissional que estudei (economia, finanças e administração de empresas).
POLO FLU ->Por favor, deixe uma mensagem para os jovens atletas do WP tricolor.
KIKO ->Aproveitem os ótimos treinadores que vocês têm e boa sorte nas competições em 2007.
POLO FLU ->Onde e com quantos anos você começou a jogar water polo?
KIKO ->Comecei a jogar no C.R Guanabara com 9 anos.
POLO FLU ->Como filho de jogador, qual a influência que seu pai teve na sua escolha pelo water polo?
KIKO ->Nós sempre víamos os jogos e íamos ao clube com ele. Era normal que a gente se interessasse pelo esporte.
POLO FLU ->Qual a principal diferença entre o pólo do Brasil e da Europa?
KIKO ->Na Europa existem muitos clubes que têm o water polo como principal esporte. Existe uma tradição e uma cultura relacionada ao pólo muito mais forte que no Brasil.
POLO FLU ->Como você vê o sucesso do seu irmão Felipe na Europa? E o que você sente ao jogar contra ele?
KIKO ->Eu fico muito feliz. Acho que ele merece todo o sucesso que está tendo e se continuar com a dedicação e o amor que tem pelo pólo vai atingir um nível ainda muito mais alto. Acho péssimo jogar contra ele, não por ser meu irmão, mas porque muitas vezes ele é o principal responsável pela derrota do meu time.
POLO FLU ->Como é feito o trabalho nas divisões de base na Espanha?
KIKO ->Nos clubes o trabalho é muito parecido com o do Brasil. A diferença é que com 15 anos os jogadores mais talentosos são selecionados para ingressar na Blume. A Blume é um centro para atletas onde os garotos estudam e treinam duas vezes por dia, quem mora fora da cidade pode ficar alojado lá também. Existem centros como esse tanto em Madrid como em Barcelona.
POLO FLU ->Quantos campeonatos e jogos vocês tem por temporada?
KIKO ->Normalmente com o clube a gente joga a Liga Catalana, que é tipo um campeonato Carioca e faz parte da preparação das equipes (são uns 6 jogos), a Liga Espanhola (entre 24 e 29 jogos), a Copa do Rei (entre 1 e 3 jogo) e a Liga Européia entre (entre 6 e 14 jogos).
POLO FLU ->Como os companheiros do C.N Barcelona te receberam quando você chegou à Espanha?
KIKO ->Receberam-me muito bem, mas com certa desconfiança em relação ao meu nível de jogo pelo fato de ser brasileiro. Depois com o passar dos jogos o pessoal já confiava em mim.
POLO FLU ->Como é feito o trabalho na seleção Espanhola?
KIKO ->A gente começa a preparação com uma concentração no CAR de Sant Cugat que é um centro de alto rendimento desportivo. Chegamos lá (fica a 20 minutos de Barcelona) às 8h, tomamos café da manha todos juntos, de 9h as 10h15m fazemos o trabalho de musculação, de 10h30m às 12h30m trabalho físico dentro d’água. As 13h almoçamos todos juntos e temos uns quartos para descansar. As 16h voltamos à piscina para realizar treinos tácticos até as 18:00.
POLO FLU ->Sua ida para a Espanha ajudou a verem os jogadores brasileiros com outros olhos?
KIKO ->Acho que sim. Depois da minha vinda e do Felipe, alguns jogadores brasileiros já foram contratados por clubes da Espanha (Marcelinho, Charuto e Gabriel).
POLO FLU ->Qual é o conselho que você daria aos jovens jogadores brasileiros que querem tentar a sorte na Europa? Quais são os melhores países para isso?
KIKO ->Meu pai escreveu uma coluna muito boa sobre esse assunto. Tudo depende do seu nível de jogo e de suas expectativas como jogador. Quem realmente quer jogar na Europa em um time de ponta não pode se contentar em treinar igual aos outros. No Brasil já se jogam muito menos campeonatos e existe pouco contato com a elite do esporte, se você ainda por cima treinar menos que os europeus são praticamente impossível se aproximar do nível deles.
POLO FLU ->Como foi jogar pelo Fluminense com os seus companheiros do Barcelona no Troféu Brasil em 2006 (FOTO)?
KIKO ->Foi muito legal. Espero repetir essa experiência e que os outros clubes possam seguir o exemplo do Flu trazendo jogadores estrangeiros para aumentar o nível da competição nacional.
POLO FLU ->Como será a sua reação no dia que você tiver que jogar contra a seleção Brasileira?
KIKO -> Já joguei contra o Brasil. Foi meio esquisito, mas procurei encarar como se fosse um jogo entre clubes.
POLO FLU ->Quais são seus ídolos no WP? E quais foram as pessoas mais importantes no seu início como atleta?
KIKO ->Eu sempre procurei observar o Manuel Estiarte, principalmente por ter características físicas muito parecidas com as minhas. As pessoas mais importantes foram meus pais, o Carlinhos (meu técnico dos 12 até os 24 anos) e o Barriga que era uma espécie de professor particular meu e do Beto.
POLO FLU ->Você sente falta de jogar com os seus amigos do Fluminense?
KIKO ->Sinto falta, mas sempre que tenho férias dou uma passada no Flu para jogar pelo menos um coletivo com eles. (Na foto: Lacativa, Beto e Kiko. Amigos desde os 12 anos)
POLO FLU ->O que você acha que o Brasil precisa para desenvolver o pólo aquático?
KIKO -> Acho que precisa de muita coisa. Para começar um plano estratégico.
POLO FLU ->Você acha viável o Brasil ter um campeonato de longa duração?
KIKO ->No momento acho que os clubes não têm dinheiro para realizar muitas viagens. Teria que ser um campeonato em que se joga a fase classificatória dividida por Estados.
POLO FLU ->Com quantos anos você pretende parar de jogar? E o que você fará depois disso?
KIKO ->Não sei quando vou parar de jogar. Até as olimpíadas de Pequim 2008, se tudo der certo, minha prioridade é o pólo. Depois disso espero poder fazer a transição progressivamente para a área profissional que estudei (economia, finanças e administração de empresas).
POLO FLU ->Por favor, deixe uma mensagem para os jovens atletas do WP tricolor.
KIKO ->Aproveitem os ótimos treinadores que vocês têm e boa sorte nas competições em 2007.
3 comentários:
mt legal essa entrevista, ainda + com um dos maiores jogadores do mundo.
Skol
Valeu Kiko pela entrevista, a garotada do Flu agradece. Boa sorte
Kiko sou sua fã!
O que sempre admirei em você foi a sua determinação, temperada com uma humildade incrível e a certeza de que, para alcançar metas, é preciso ser incansável!
Em frente, meu querido, rumo a novos desafios e mais conquistas!
Bjs, com carinho para você sua trupe,
Cris
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