Redicecionamento

sábado, 10 de fevereiro de 2007

WP DAS ANTIGAS

É comum ouvirmos pessoas dizerem que "o Brasil é um país sem memória, principalmente nos esportes". Nós, do blog Pólo Aquático do Fluminense, pensamos diferente.
Ouvimos sete ex-atletas do clube, que ajudaram e ainda ajudam a escrever a bonita história de títulos e conquistas tricolores. Mas, o que vale mesmo conferir é o que o nosso esporte e o Fluminense representam para a vida deles.


Time do Flu de 1978 campeão 6 vezes seguidas

Pólo Flu-> Como e por que vocês foram praticar Pólo Aquático?

Eduardo->
Com 5 anos fui morar na Rua Moura Brasil, ao lado do Fluminense. É claro que comecei a nadar e nadei até os 10 anos, aí encheu o saco e passei a fazer todos os esportes que tinha no clube, só não fiz esgrima. Por volta dos 13 anos segui os passos do meu irmão e comecei com o water polo e não parei mais.

Aluísio-> No passado os jogadores costumavam chutar a gol antes do treino começar. Nesta hora eu ficava atrás do gol devolvendo as bolas, orgulhoso do papel de gandula voluntário. Só o prazer de assistir o SZABO chutar era recompensa suficiente para mim. De fã a praticante de Pólo Aquático foi uma trajetória natural e esperada.
Luisinho->Comecei a praticar wp com 14 anos, em 1968. Eu e o Ricardo éramos da equipe B da natação do Flu e, como não tínhamos muito futuro como nadadores, fomos convidados a treinar wp. Nessa época o Prof. Júlio Baltazar (Julinho) estava iniciando a 1a escolinha de wp do Flu, e talvez do Rio. Fomos eu, Ricardo e mais alguns que não vingaram. O George veio da natação e o Álvaro já estava na equipe de estreantes

George->Porque estava de saco cheio de só contar ladrilhos na natação.

Álvaro -> Eu era nadador, mas não me sentia satisfeito (talvez porque só conseguisse bons resultados depois que todos mudavam de categoria, já que eu era dos mais novos!). Além do mais, aquilo de ficar cruzando piscina, encostando na borda e voltando, me parecia coisa de boiola.
Um dia assisti a um jogo entre Fluminense e Botafogo na piscina do Flu (lá nos idos de 1968). Nesse jogo houve duas expulsões definitivas (não me lembro se havia substituição naquela época!). Os "atletas" expulsos foram um “tal” de Aluísio Marsili e o outro foi o Alceu do Botafogo. Ao saírem em direção do vestiário (só existia o vestiário em baixo do ginásio!), eles pararam em frente à porta de entrada e começaram a brigar. O jogo parou até que eles também parassem!
Foi lindo! No dia seguinte comecei a praticar water-polo.

Clóvis-> Fui "apresentado" ao esporte quando morava em Brasília, o Azauri, técnico de natação, montou um time local para disputar o JEB's em 1975. Em 1976 morava no Rio e encontrei Alvaro Pires que conheci em Salvador onde morei em 1974, ele era técnico de pólo aquático do Fluminense e me encaminhou para treinar com o falecido Mesquita na categoria estreantes do Flu.

Tonieto-> Na verdade precisava fazer exercício para perder peso, tinha uns 12 anos, e como sabia nadar e o meu irmão mais velho – Ruben – já treinava na escolinha, iniciei a minha trajetória. Meu irmão parou de treinar, no entanto, continuei.

Pólo Flu-> Por que no Fluminense?

Eduardo->
Como já disse, aos 5 anos fui morar ao lado do clube e como meu pai era tricolor não teve jeito.


Aluísio-> O Fluminense era a continuação da minha casa. Sempre que podia eu estava no clube. Seria impossível, pelas circunstâncias, escolher qualquer outra agremiação para iniciar minha carreira esportiva.

Luisinho -> Eu era sócio do clube e, na época, a parte aquática do Flu- natação, wp e saltos- era uma das melhores do Brasil. Entrei para a natação e acabei no wp.

George -> Por ser meu clube de coração.

Álvaro -> Além de meu pai ser tricolor de coração (aliás, ele torce pelo Flu, pelo Bahia e pelo São Paulo, todos tricolores! Deve ser algum problema emocional!), George e eu nadávamos e eu tentava jogar vôlei no clube. Em 1969 nos mudamos para a Rua Soares Cabral!
Clóvis-> Pelo motivo acima. O curioso é que na minha infância/adolescência era rubro-negro. Dos 17 aos 40 anos o Fluminense se tornou uma extensão da minha casa como atleta e continua sendo até hoje aos quase 48. Ao longo destes anos, quase sem perceber, me tornei um "tricolor do coração" e tenho imensa honra da concessão do título de Grande Benemérito Atleta, o resumo da minha vida esportiva e toda minha dedicação ao clube que aprendi a amar.

Tonieto-> Sempre morei em Laranjeiras o que me levou a me tornar sócio do clube. Mas, outro fator também, era a equipe maravilhosa que o Fluminense tinha no início dos anos 70 que contava com grandes jogadores. Isto certamente foi um dos fatores primordiais para a escolha e adaptação ao esporte e clube. Além de tudo isso vale lembrar que uma das coisas que sempre esteve presente na tradição tricolor foi de se formar não só atletas, mas cidadãos preparados para a vida.

Semi-final da Copa Sears 1984 contra o Pinheiros, Flu 13 a 12 com gol de Duda faltando 13 segundos

Pólo Flu-> Todos vocês ainda fazem parte do cotidiano do clube, como é essa relação com o clube? O que o mesmo significa na vida de vocês?

Eduardo-> Até por volta de 1995 freqüentava bastante o clube, até porque sou conselheiro e grande benemérito do clube, porem atualmente vou pouco ao clube, pois ele está um lixo, cansei de brigar para melhorar o clube. Você não tem idéia do que era o Fluminense, era uma maravilha. Devo muito ao Fluminense, lá conheci meu melhores amigos, e que estamos juntos até hoje, lá namorei muito, aprendi a ser competitivo e a brigar pelo que quero, a ter personalidade e muitas outras coisas. Enfim, o Fluminense, sem dúvida, fez, faz, e fará parte de minha vida.

Aluísio-> A minha relação com o Fluminense é de amor, respeito e gratidão. Lá eu fiz grandes e sinceros amigos. Consegui ser um atleta de nível, aprendi a conviver com os diferentes, descobri que a vitória e a derrota fazem parte da vida. Em resumo, o Fluminense me tornou um ser humano melhor. O Fluminense nada me deve. O DEVEDOR PARA SEMPRE SOU EU.

Luisinho -> Posso dizer que minha vida está ligada ao Flu e ao wp. Comecei aos 14 e logo com 16 estava na reserva do Arnaldo, no 1o time do Flu.
Como o Arnaldo parou muito cedo, passei a titular com 18 anos e segui jogando até os 41 anos. Tive a sorte de jogar em um time fantástico (cuja base era George, Ricardo, Schimidt, Álvaro, Aluísio e Eduardo) que, nos anos 70, foi campeão carioca 6 vezes seguidas e ganhou 3 Rio – SP ( o Brasileiro da época).
Entretanto, o mais importante desse tempo todo, foram as amizades que se formaram. Eu e Ricardo somos amigos desde os 13 anos. Depois nos juntamos ao George e ao Álvaro (o Schimidt veio um pouco depois) e tivemos o Eduardo e o Aluísio como uma espécie de irmãos mais velhos. Até hoje essa amizade permanece e seguimos juntos no Masters e na vida particular.
Hoje, procuro colaborar com o Carlinhos, seja auxiliando no treinamento dos goleiros mais jovens, seja como dirigente junto aos campeonatos estaduais e interestaduais.


George -> Tenho boas lembranças do tempo em que passava o dia inteiro no clube. Tento passar um pouco para minha filha de que é lá que ela irá formar as verdadeiras amizades.

Álvaro-> Estou morando em Brasília desde 1980. Isso me impede de estar no clube com freqüência, mas, sempre que posso, participo de reunião do Conselho Deliberativo. Sou Benemérito Atleta, com muito orgulho!
Clóvis-> O pólo aquático e o Fluminense fazem parte da minha vida e devo a eles muito do que hoje sou. Foram essenciais na minha formação, viram minha família crescer e é de onde saíram meus melhores amigos. Moro em Laranjeiras há 10 anos, em parte pela proximidade do clube. Nas suas dependências, em especial no parque aquático, me sinto cada dia mais em casa. Uma cirurgia no ombro há um ano me privou da prática do pólo aquático onde tenho a satisfação de conviver com amigos de diversas gerações de amantes do nosso esporte. Hoje frequento o clube em horários alternativos do habitual, basicamente nadando para manter a saúde. Gostaria de poder participar de forma mais efetiva junto ao clube a ao nosso departamento, mas o dia é curto para conciliar tudo.


Tonieto-> Bem, depois de mais de 20 anos praticando pólo eu me tornei benemérito do clube e hoje, apesar de não morar mais perto do clube tenho duas filhas tricolores, a Isadora é do nado sincronizado – campeã brasileira pelo Flu e está na seleção. A Rachel faz natação e já me disse que um dia vai fazer pólo. Quem sabe? As duas são tricolores e eu estou sempre no clube acompanhado-as e à equipe de pólo também.

Pólo Flu-> Sem fazer comparações, pois o Pólo aquático como todos os esportes, sofreram grandes mudanças ao longo dos anos. Nos digam como era o Pólo Aquático na época de vocês, e como vocês o vêem hoje?

Eduardo-> Naquela época o jogo era mais bonito de se ver, você podia fazer jogadas individuais, hoje com a marcação por zona o jogo está mais feio, truncado e violento.

Aluísio-> Não havia partida importante de POLO AQUÁTICO que não tivesse arquibancada cheia. Por vezes com cobrança de ingresso. A imprensa dava boa cobertura e a vinda do Húngaro ALADAR SZABO para o Brasil contribuiu bastante para isso. Hoje o interesse pelo Pólo Aquático é menor, fruto da pouca divulgação da imprensa. Penso também que as mudanças nas regras, vêm privilegiando o físico sobre a técnica. A velocidade do jogo, aliada ao exíguo tempo permitido de posse de bola, não permite ao leigo perceber quem são os craques. Se não conseguem identificar os craques não elegem seus ídolos, e esporte sem ídolo não atrai público. Além do mais estas alterações de regra obrigaram aos técnicos utilizar a marcação por zona, o que é um desastre para a beleza do jogo.

Luisinho -> Acho que o wp na nossa época destacava mais a habilidade individual, o saber jogar wp. Hoje, em função das novas regras, o jogo se tornou muito mais físico. Acho que o wp perdeu um pouco do glamour do passado. Estamos com um jogo muito parecido com o handball, onde a marcação por zona virou uma constante e tornou o jogo feio.

George -> Era uma época em que as jogadas apareciam mais do que hoje, existia mais plasticidade no jogo. Hoje é mais força e muita técnica sem o improviso de antes.

Álvaro -> Para ter uma idéia das mudanças, tive oportunidade de assistir a um jogo que terminou 1 x0, se não me engano! Não havia tempo limite de posse de bola! Esse jogo foi um saco!!!!!!
Era a época em que jogavam grandes nomes da história do esporte (uma geração, às vezes duas, antes da minha), como Márvio Kelly, Osvaldo e Paulinho Cochrane, Grijó, Valdemar, Alvaro Pires, Eduardo Lutfi, Aluísio e Arnaldo Marsili, entre outros. Tive a honra de ser reserva desse time em 1969 (se não me falha a memória!).
A impressão que tenho é que no momento em que os EUA resolveram investir no esporte eles foram buscar mudanças de regras que os beneficiassem nos confrontos com o Leste europeu. A partir daí o esporte passou a ser mais “suave” e os “nadadores” passaram a ter alguma vantagem. Os juízes apitavam falta assim que você pensava em chegar perto do outro jogador!
Hoje tenho visto que o esporte está voltando a permitir uma disputa de bola mais “incisiva” o que, certamente, torna o jogo mais atraente ao público e mais prazeiroso aos jogadores.
A contribuição definitiva (positiva!) que a “intromissão” dos interesses norte-americanos nas regras do esporte trouxe foi a melhoria do condicionamento físico dos atletas e isso contribui para tornar o jogo mais agradável, visualmente falando.
Apesar dessas mudanças, para mim permanecem inalteradas as exigências INDISPENSÁVEIS ao bom jogador, que são: inteligência; rapidez de raciocínio, e; disposição física.

Clóvis-> O jogo era mais mais lento e a técnica apurada dos jogadores sobressaía. Hoje o condicionamento físico e a evolução tática, determinados pelas profundas alterações no regulamento que aceleraram o jogo , levaram à valorização da aplicação do time, especialmente na defesa, em detrimento da individualidade e do ataque. Fato semelhante ocorreu em quase todos os esportes coletivos. Mas isso não quer dizer que o pólo aquático deixou de ser um esporte apaixonante, apenas os tempos são outros.

Tonieto-> Quando iniciei jogávamos com uma bola branca de couro, bola amarela Mikasa era raridade, tinha uma e era guardada a sete chaves para os jogos. O jogo era mais parado o tempo era outro. Hoje não vejo condições de um jogador mal treinado participar bem de uma competição. O vigor físico atualmente é essencial. Antigamente acho que os jogadores eram mais técnicos. Hoje são mais fortes e o jogo é muito mais rápido



Time do Flu Campeão Brasileiro de 1968

Pólo Flu-> Como vocês estão vendo o PAN 2007 no que diz respeito a parte de estrutura e investimento?

Eduardo-> Para o water polo não estou vendo ninguém aproveitar este momento para fazer alguma coisa pelo nosso esporte, no entanto, é um momento maravilhoso para fazer o water plolo crescer.

Aluísio-> Acredito que o PAN 2007 será um evento de sucesso. Os investimentos serão suficientes para uma estrutura boa. O Brasil tem tradição em bem organizar qualquer grande evento.

Luisinho-> Um evento como um Pan sempre traz algum benefício para a cidade sede. Entretanto, pelo que tenho visto, o investimento em estrutura da cidade vai ficar a desejar.

George -> Muita correria para não deixar a peteca cair.

Álvaro-> Com preocupação pelos erros de orçamento já identificados e pela necessidade de declaração de emergência para conclusão das obras! Esses ingredientes são fantásticos para quem quiser “tirar uma casquinha”!

Clóvis-> As notícias das incertezas na estrutura para evento de tal grandeza habitam as páginas dos jornais, assim como o desamparo da maior parte dos atletas na preparação adequada. Quanto ao pólo aquático gostaria muito de ter visto um trabalho iniciado com boa antecedência, evitando o êxodo de nossos talentos e desestímulo dos que aqui ficaram, que enfrentam inúmeras dificuldades para se manter ativos e competitivos.

Tonieto-> De uma forma geral acho que mais uma vez nosso país perdeu (digo perdeu, pois não vamos ter mais tempo de recuperar) a oportunidade de aproveitar um evento deste porte para deixar um legado para que haja, efetivamente, uma mudança de conceito quanto ao esporte em geral. SE você comparar o que nos estamos fazendo para o Pan com o que a China está fazendo para a Olimpíada verá que a China, efetivamente, estruturou-se e fez um planejamento para se apresentar de uma forma senão brilhante, bastante honrosa. Digo isto tanto em relação às instalações quanto a preparação de atletas e equipes. É um absurdo o atraso nas obras e a indefinição, ainda, de alguns locais como no caso da Vela. É lamentável que por interesses políticos e, também, pela falta de habilidade de nossos dirigentes, tenhamos perdido mais esta oportunidade.

Pólo Flu-> Mais especificamente, qual a expectativa de vocês sobre a participação do pólo aquático brasileiro?

Eduardo-> Acredito que vamos disputar o terceiro lugar, podendo chegar em segundo. Em primeiro é muito difícil

Aluísio-> Infelizmente estou preocupado com o sucesso da participação brasileira. Seria uma oportunidade única de conquistar o público com uma exibição de primeira. Tomara que eu esteja enganado. Lamentavelmente a CBDA nunca deu ao Pólo Aquático a atenção merecida. A confederação só tem olhos para a Natação.

Luisinho-> Falando do masculino, não vejo a mínima chance de ganharmos. Continuamos sem a mínima chance com os EUA. Como vale vaga para Pequim, eles devem vir com o time completo e vai ser um passeio. Acredito que possamos fazer um jogo duro com o Canadá e, se dermos muita sorte, ganhar a medalha de prata.
Para o feminino, acredito no bronze.

George -> De que consiga fazer jogo duro com os EUA e vencer os demais.

Álvaro-> Não estou acompanhando de perto a situação, mas, pelo que tenho ouvido, é INDISPENSÁVEL um trabalho de renovação e de suporte financeiro para os atletas promissores poderem se preparar para os próximos Jogos Pan-Americanos (2011). Vou torcer com dedicação e entusiasmo, mas sem muita esperança neste 2007!

Clóvis-> Diante das circunstâncias 2º ou 3º lugar devem ser considerados ótimos resultados. O título é bem difícil.

Tonieto-> Bem, quanto ao pólo, não acredito ser muito diferente do que falei acima. Qual o planejamento que foi feito para o pólo pela CBDA? Digo planejamento sério como treinos, remuneração dos atletas, jogos para treinar com equipes fortes, desenvolver a base do esporte.
Evidentemente que vou torcer pela equipe e em especial pelos nossos atletas tricolores, mas eles, assim como várias gerações que já passaram pelo esporte, não podem fazer milagre contra seleções melhores estruturadas e com planejamento adequado. O exemplo está na seletiva para o mundial onde perdemos para os EUA e para o Canadá



Time do Flu no Troféu Bob's

Pólo Flu-> Voltando ao nosso Fluminense, vocês sabem o quanto é difícil conseguir um patrocínio para os esportes olímpicos, o que vocês acham que deveria ser feito internamente para que os esportes olímpicos tenham mais recursos, e também em nível governamental o que poderia ser feito?

Eduardo-> Em nível interno é muito difícil dar uma opinião estando tão longe do dia a dia do esporte.

Aluísio-> Internamente a obtenção de mais recursos é difícil. O Fluminense está atolado em dívidas e os atuais dirigentes só pensam no futebol. A esperança é a entrada em vigor da Lei de Incentivo ao esporte. Nesta hora precisamos procurar todos os tricolores ligados ao Pólo Aquático para convencê-los a usar seu prestígio a nosso favor.

Luisinho-> Acho que o que se passa com o Flu é o mesmo que acontece com o Brasil em termos de esportes olímpicos. A dificuldade de obter patrocínio é estampada nas próprias Confederações, que hoje dependem do apoio de estatais para a obtenção de recursos.
No caso do wp acho a situação ainda mais difícil. Além de termos que dividir a verba com outros esportes aquáticos, não vejo por parte da Confederação nenhum trabalho visando um planejamento para o desenvolvimento do wp.
Acredito que dois caminhos são importantes:
1o - aumentar a base - temos que criar algum projeto para atrair a molecada para o wp. Hoje, a "competição" com outros esportes mais profissionais que o nosso é grande, o que tem diminuído em muito a procura pelo nosso esporte.
2o - criar ídolos - nenhum esporte cresce sem ídolos. Hoje não temos nenhum (aliás, temos 2 que, infelizmente estão jogando pela Espanha - Kiko e Felipe). Entendo que isso é uma obrigação da CBDA. Poderíamos aproveitar o PAN e colocar na mídia 2 jogadores, um do Rio e um de SP. Mas, como sempre, nossa CBDA não tem iniciativa para nada.

George -> Fazer com que os tricolores endinheirados invistam nos esportes, e que o governo dê mais retorno aos que investirem em esportes.

Álvaro-> A Lei de Incentivos, recentemente aprovada, pode contribuir decisivamente para isso (em que pese ela ainda poder melhorar). A utilização desse “espaço” depende MUITO daqueles que gostam do esporte, ou seja, NÓS!. Se houver um trabalho ORGANIZADO de cooptação dos ex-atletas em condições de discutir e/ou orientar as ações de captação de recursos para o Water-Polo, poderemos ter sucesso!
Em outras palavras, um Conselho Assessor (sem jeton, pôrra!!!!!!!!) específico para o Water-Polo!

Clóvis-> Tenho estado afastado do dia-a-dia , mas sei da constante batalha de nossa comissão técnica em se manter vencedora, fato que por si só já os faz vitoriosos. Acho impressionante a dificuldade de difusão e apoio que enfrenta o pólo aquático. Um esporte fantástico e complexo, relativamente barato e num país tropical.

Tonieto-> Acho que o nosso clube evoluiu bastante, a administração do Ricardinho à frente dos esportes Olímpicos demonstra que o trabalho vem sendo feito. Primeiro se arrumou a casa e o clube está dando aos atletas boas condições para treinarem a parte técnica, tendo suporte de médicos e nutricionistas, entre outras vantagens. Esta estrutura poucos clubes tem no Brasil.
Acho que podemos melhorar, temos que fortalecer sempre a base de nossas atividades, ou seja, as escolinhas têm que ter especial atenção, contando sempre com bons técnicos para revelar bons valores. Feito isto temos que “vender” esta estrutura, quando digo isso acho que temos que ter uma assessoria de imprensa botando na mídia os resultados tricolores. O patrocinador quer exposição de sua marca e se não temos este trabalho bem estruturado fica difícil de “vender” ou convencer aos patrocinadores para investir.
Independentemente disso, acho que devemos procurar os grandes tricolores que muitas vezes são dirigentes/empresários de grandes empresas para tentar convencê-los a investir no esporte olímpico. Existem benefícios fiscais que talvez nem eles saibam que podem servir como forma de investimento no esporte.

Pólo Flu-> Para encerrar gostaríamos que vocês que foram ídolos de toda uma geração, deixassem algumas palavras para a nova geração tricolor.

Eduardo-> O que posso dizer é que valeu, muito, ter jogado water polo e principalmente no Fluminense. O esporte sempre nos ensina alguma coisa, porem o water polo parece que nos ensina algo mais, caráter, coragem, personalidade, confiança e outras qualidades mais que carregamos para o resto de nossas vidas. Talvez o fato de você estar em um outro meio, a água, e ter que se suplantar e suplantar um adversário nos dá confiança e coragem para enfrentar qualquer desafio que a vida possa colocar no seu caminho.

Aluísio-> Eu gostaria de aproveitar a oportunidade para dizer a nova geração de Aquapolistas que vale a pena se dedicar ao esporte. Façam com amor. Os Resultados sempre chegarão, mais cedo ou mais tarde. As recordações desses tempos maravilhosos estarão sempre presentes em nossas vidas.

Luisinho-> Para finalizar, gostaria de parabenizar a Luíza pelo blog.
Como o pessoal mais velho está tirando do baú algumas fotos jurássicas, gostaria de sugerir que ela colocasse no blog um espaço para a história do WP tricolor.
Somos o clube com o maior número de títulos no RJ, vários títulos brasileiros, talvez o clube com o maior número de goleiros na história da seleção brasileira e tivemos o 1o jogador brasileiro no Hall of Fame - nosso Márvio Kelly. Tivemos um time que ficou 10 anos invicto (mais de cem jogos) e poucos hoje no clube sabem disso. Com isso poderemos preservar um pouco de nossa história.
Para finalizar gostaria de deixar uma mensagem para as novas e futuras gerações.
O wp é um esporte fantástico. Entretanto não se tornem jogadores achando que vão ganhar dinheiro e que vão conseguir viver do nosso esporte.
O que o wp vai deixar para vocês é saúde, algumas viagens e, o mais importante, as amizades que continuarão existindo mesmo quando vocês já tiverem encerrado a carreira de jogador.


George -> Mais que as vitórias e viagens em conjunto que todos resgatem a vontade de defender essas três cores do pavilhão tricolor dando o máximo a cada jogo.

Álvaro->
a) Sejam UNIDOS;
b) Sejam ORGULHOSOS de defenderem o Flu;
c) Sejam ESPERTOS o suficiente para perceberem que vocês SÃO parte de uma ELITE esportiva,;
d) Sejam HUMILDES para reconhecerem que nosso esporte AINDA não é muito visível e NUNCA o será se VOCÊS não se sacrificarem e o defenderem;
e) APROVEITEM esse momento para fazerem amizades para o resto da VIDA e as levem até o fim da VIDA;
f) ENTENDAM que, infelizmente, a vida esportiva é curta e, por isso, DESFRUTEM-NA ao máximo;
g) Por fim, RESPEITEM OS MAIS VELHOS (nós, porra!!!!!!!!).
Beijos e sucesso para TODOS!

Clóvis-> Vocês são os atuais representantes de décadas de história do tradicional pólo aquático tricolor. Treinem com afinco e façam da determinação e da união do grupo o grande diferencial que os torna vencedores. No mais divirtam-se bastante juntos e tenham certeza da base de saúde e amizades sólidas que levarão para o resto da vida, pois no final é essa nossa grande riqueza. Todos nós, ex-jogadores, guardamos com muito carinho todas as saudosas lembranças dos anos vividos na borda das piscinas. Vejo nos treinos de Masters adultos de 50, 60 anos se tornarem crianças pelo simples fato de estarem juntos, deixando os problemas de lado enquanto disputam, já sem tanta desenvoltura e habilidade, a posse da mesma bola amarela como faziam há décadas atrás. Bola que na época era branca, mais anteriormente marrom, de couro e ficava encharcada, que o diga os goleiros. Saúde e felicidade a todos.

Tonieto-> Minha primeira mensagem vai em especial para Luiza que, apesar de jovem, mostrou uma iniciativa corajosa em lançar um blog onde podemos divulgar nosso pólo. Isto mostra bem o espírito de equipe e de se formar cidadãos que se tem no Fluminense. Por fim a minha mensagem é para aqueles que estão iniciando e aos quais temos que ter especial atenção, pois serão o futuro de nosso esporte. É muito importante a dedicação aos treinamentos. Os jovens não devem desistir de seus objetivos, pois atingir o sucesso não é fácil, necessitando de esforço e dedicação, mas manter-se no apogeu é ainda mais difícil.

Time do Brasil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1984. Tornieto é o último agachado à direita e o nosso técnico Carlinhos está no alto, bem no centro da foto. Foi a última vez que o Brasil foi as Olimpíadas.

4 comentários:

Ricardo Mota disse...

Caros colegas:

venho por este meio dar a conhecer o nosso blog,

http://www.cnacpoloaquatico.blogspot.com/

Saudações desportivas e continuação de bons jogos,

Equipa de Water polo do CNAc/Matobra (Coimbra, Portugal).

Hélcio Brasileiro disse...

F-A-N-T-Á-S-T-I-C-O!!!!!!!!!!!!!!!!!

Vi muitos desses aí jogarem (mesmo que já longe do auge de suas formas), assisti à fantástica Copa Sears, cada jogo, cada segundo, e gostaria muito que vc me enviasse a foto da Copa Bob´s. Infelizmente ali eu já havia parado, mas é a minha geração e tenhos grandes amigos ali.

Parabéns!

Sergio Moraes disse...

sugiro e leitura de matéria nesse link: http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/070211/entretenimento/cultura_carnavalrj_portela_pan_pol

é sobre o investimento do ministério do esporte no desfile da portela. acho q seria uma grana boa se fosse para o esporte.

abs

Sergio Moraes disse...

http://ultimosegundo.ig.com.br/esportes/pan2007/2007/02/11/em_ano_de_pan_esporte_vai_ao_sambodromo_de_olho_na_olimpiada_649375.html

a matéria q eu sugeri pode ser vista nesse link tb

FLUMINENSE PENTA CAMPEÃO TROFÉU BRASIL 2010

FLUMINENSE PENTA CAMPEÃO TROFÉU BRASIL 2010

FLUMINENSE BI CAMPEÃO ESTADUAL JÚNIOR 2010

FLUMINENSE BI CAMPEÃO ESTADUAL JÚNIOR 2010

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JUVENIL 2010

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JUVENIL 2010

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JÚNIOR 2009

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JÚNIOR 2009

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO SUB21

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO SUB21

FLUMINENSE TETRA CAMPEÃO TROFÉU BRASIL 2009

FLUMINENSE TETRA CAMPEÃO TROFÉU BRASIL 2009
Gustavo / Sottani / Cesar / Kiko / Quito / Beto / Shalom / Cubano / Jonas / Bernardo / Gabriel / Vujasinovic / Betinho / Heitor / Thye - Técnico: Carlos Carvalho / Assist: George Chaia

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO JÚNIOR 2009

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO JÚNIOR 2009

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL SUB-21 / 2008

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL SUB-21 / 2008
Participaram da campanha: Thyê, Tomás, Yuri, Cubano, Bernardo, Caio, Rodrigo, Secco, Bernardo Reis, Eric, João, Betinho, Renan, Pedro "Skol", Chico Eiras e Tiririca. Técnico Carlos Carvalho e auxiliar Silvio Telles

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO INFANTO-JUVENIL 2008

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO INFANTO-JUVENIL 2008
Heróis da conquista: Álvaro, Lucas, Bruno, João, Matheus S., Vítor, Guilherme, Matheus, Haroldo e Guilherme. Técnico Quito

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JUVENIL 2008

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL JUVENIL 2008
Participaram da Campanha os seguintes atletas: Luan, Tarzan, Yuri, Gaspar, Lucas, Pão, Renan, Guilharme, Chico, Eric, Skol, Gabriel, Alvaro, Bruno, Felipe. Técnico Silvio Telles

FLUMINENSE TRI-CAMPEÃO ESTADUAL ADULTO
2006-2007-2008

FLUMINENSE TRI-CAMPEÃO ESTADUAL ADULTO<br>2006-2007-2008
Heróis da 31ª conquista:Marcelinho, Vicente Henriques, Cesinha, Chaia, Quito, Beto, Shalom, Cubano, Braguinha, Gabriel, Mineiro, Betinho, Caio, Nicolas, Guigo, Alfredo e Thyê. Técnico Carlos Carvalho

FLUMINENSE TRI-CAMPEÃO DA TAÇA BRASIL 2008

FLUMINENSE TRI-CAMPEÃO DA TAÇA BRASIL 2008
Heróis da conquista: Marcelinho, Vicente Henriques, Cesinha, Chaia, Quito, Beto Seabra, Shalom, Cubano, Braguinha, Gabriel, Mineiro, Betinho, Caio. Técnico Carlos Carvalho e assistente Silvio Telles

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL/CORREIOS 2007

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL/CORREIOS 2007
Nossos Heróis: Marcelinho, Paulinho Lacativa, Cesinha, Rick, Mineiro, Beto Seabra, Shalom, Brett, Caio, Rafael Murad, Nicolas, Betinho, Chaia, Thye Mattos, Alfredo soares, Rodrigo Braga, Renan Luna e Gabriel Secco.

FLUMINENSE BI-CAMPEÃO ESTADUAL ADULTO 2007

FLUMINENSE BI-CAMPEÃO ESTADUAL ADULTO 2007
Heróis da 30ª conquista: Marcelinho, Paulinho Lacativa, Cesinha, Rick, Mineiro, Beto Seabra, Shalom, Brett, Caio, Rafael Murad, Nicolas, Betinho, Chaia, Thye Mattos, Alfredo soares, Rodrigo Braga, Renan Luna e Gabriel Secco.

FLUMINENSE CAMPEÃO DA III TAÇA BRASIL 2007

FLUMINENSE CAMPEÃO DA III TAÇA BRASIL 2007
Participaram da competição: Marcelinho, Mineiro, Murad, Cesinha, Caio, Shalom, Quito, Beto Seabra, Betinho, Nicolas, Renan, Gabriel Secco, Rodrigo "Guigo", Rodrigo Alves, Chaia, Liliu, Alfredo e Paulinho Lacativa

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU JOÃO HAVELANGE 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU JOÃO HAVELANGE 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU BRASIL 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO DA COPA BRASIL JÚNIOR 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO DA COPA BRASIL JÚNIOR 2006
Esq para direita: Nicolas, Carlinhos, Bruno, Elcio, Iargo, Daniel, Alfredo, Rodrigo, Tomás, Caio, Renan, Thyê, João, Betinho, Liliu e o técnico Silvio Telles

FLUMINENSE CAMPEÃO
II FESTIVAL ESTADUAL INFANTIL 2006

FLUMINENSE CAMPEÃO<br>II FESTIVAL ESTADUAL INFANTIL 2006
Esq. para dir.: Natália, Amanda, Luca, Felipe, Gabriel, Luiza Moraes, Rafael "pão de queijo", Pedro "skol", Eric, Chico, Debise, Daniel "gaspar" e o técnico André "Quito" Raposo

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU JOÃO HAVELANGE 2003

FLUMINENSE CAMPEÃO DO TROFÉU JOÃO HAVELANGE 2003

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL 1978
Esta equipe foi CAMPEÃ seis vezes seguidas

FLUMINENSE CAMPEÃO ESTADUAL 1978<br>Esta equipe foi CAMPEÃ seis vezes seguidas
Os campeões: Da esquerda para a direita: Perrone, Aluizio, George, Álvaro e o tecnico Claudino: agachados: Jair, Eduardo, Luiz Ricardo e Schimidt.

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO 1968

FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO 1968

FLUMINENSE BI-CAMPEÃO ESTADUAL INVICTO 1953/1954

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ÍDOLOS DO WATER POLO HOMENAGEADOS NO FLU
06Out2007