AGORA É OFICIAL: KIKO ESTÁ DE VOLTA!

Fotos: Serginho Moraes

O jogador Kiko Perrone, que há quase 10 anos mora fora do Brasil e sempre fez parte da Família Tricolor, está de volta ao país. Mesmo integrando a equipe do Club Barcelona de Natació e a Seleção Espanhola, ele só deixou de jogar pelo Fluminense quando compromissos profissionais o impediam de vir. Durante o período, ele colecionou mais títulos, se destacou como artilheiro em várias competições, jogou a Olimpíada de Pequim e foi medalha de bronze no Mundial de Melbourne 2007, pela Espanha.

Com a decisiva participação da empresa patrocinadora do time campeão do Fluminense, BNY Mellon, e do presidente da instituição financeira Zeca Oliveira, Kiko Perrone volta a somar como titular definitivo e como parte do staff do banco. Está feliz! Assim como o técnico Carlos Carvalho, a Comissão Técnica e os companheiros de equipe comemoram.

“Está difícil falar alguma coisa sem me emocionar demais. Só sei que estou muito feliz de voltar a jogar no Fluminense, principalmente por causa dos amigos que tenho lá. E, ainda, de poder iniciar uma nova etapa da minha vida trabalhando em uma instituição como o BNY Mellon. Vai ser muito bom voltar, estar perto de meus familiares e conviver novamente com todos”, declara, diretamente de Barcelona, enquanto providencia a mudança de volta para o Rio, com a esposa e o casal de filhos.

Economista de formação, com mestrado na área, Kiko vai integrar também o elenco de profissionais do banco de investimentos. "A iniciativa de trazer o Kiko está alinhada com nossa estratégia de apoio e desenvolvimento ao esporte olímpico. Repatriar atletas, como Kiko Perrone, vindo do C.N. Barcelona, da Espanha, efetivamente contribui para elevar o nível do Polo Aquático praticado no Brasil. Dessa forma, trazemos o melhor do esporte de volta para nossas piscinas, possibilitando mais divulgação e aumento do interesse na modalidade”, enfatiza Zeca Oliveira que, segundo o técnico Carlos Carvalho, não mediu esforços para que a operação trabalho-esporte fosse casada e viabilizasse o retorno do jogador.

Beto Seabra, capitão do time tricolor, volta no tempo e recorda: “Desde os 10 anos de idade nós jogamos juntos e, portanto, para mim, é a volta, antes de tudo, de um grande amigo. Sem dúvida ele vai ajudar muito na parte esportiva e deve ser o ponto de referência do time, principalmente nessa nova fase que contamos com vários jogadores jovens se destacando e os mais experientes quase parando”, diz o companheiro de equipe. E complementa: “O mais importante é que ele vai ter a oportunidade de voltar ao convívio diário com a família e os amigos. E isso, depois de alguns anos longe, tem um valor muito grande”.

Beto destaca que, este ano, o projeto do Polo Aquático tem sido incrível para os atletas da modalidade: “Tivemos uma melhoria substancial na estrutura”. De acordo com o capitão, todo o trabalho que vem sendo realizado tem colaborado também para estimular outros clubes a buscarem parcerias. O Fluminense foi muito criticado quando inovou e passou a incluir no time jogadores estrangeiros, nas disputas de torneios e campeonatos. No entanto, o modelo vem sendo copiado por adversários, o que tem incrementado muito o nível das competições.

Seabra alerta: “A iniciativa deve estimular a própria Confederação a buscar novas parcerias, melhorar a estrutura oferecida e mudar a forma como lida com o Polo Aquático e com os atletas”. Ele acredita que a parceria BNY Mellon–Fluminense, que gera resultados produtivos e positivos, possa influenciar tanto clubes como instituições esportivas e beneficiar o esporte como um todo. “Assim como ocorreu com a vinda dos primeiros estrangeiros e a realização da I Liga Nacional, patrocinada pelo BNY Mellon, que acabou virando uma referência”, especifica.

O técnico Carlos Carvalho foi quem recebeu a notícia em primeira mão. E se declarou emocionado com a decisão de Kiko. Ele conta: “Há pouco mais de um ano, venho conversando com o Zeca a respeito desta possibilidade, sem que o Kiko soubesse. Quando ele veio jogar o Troféu Brasil 2009 acabou permanecendo por mais quatro meses estagiando no BNY Mellon e este foi o primeiro passo”.

O também coordenador de Polo do clube declarou que quando esteve em Barcelona, em janeiro, pôde se aprofundar, conversando com o jogador sobre o assunto e a possibilidade do que chamou de “mudança de vida radical”. Carlos contou com a ajuda ímpar de Felipe Perrone, irmão de Kiko e um dos mais destacados jogadores da atualidade. “Ele me incentivou, apoiou e participou do processo de ‘convencimento’ ”, recorda.

Quando Kiko deu a brecha e demonstrou o real interesse de voltar, segundo Carlos, era aquele o momento de agir rápido e buscar viabilizar a proposta. “Posso dizer que tudo aconteceu como um passe de mágica. O Zeca tomou a iniciativa e me deu total suporte. Definiu a proposta, marcou a entrevista, autorizou a vinda de Kiko para o Troféu Brasil 2010 e, no domingo em que disputamos a final, logo após a vitória, ele voltou à Espanha com tudo acertado. Faltava o Ok da Ana”, relatou, se referindo à esposa de Kiko.

E a decisão se deu em dois dias. O jogador ligou e afirmou: Tudo fechado! “Foi uma alegria imensa para todos nós. Para mim, especialmente, foi um momento único. Com a permissão do Perrone (pai) e da Ema (mãe), é a volta de um filho, pois é assim que o considero”, diz emocionado. E complementa que, acima de tudo, é a alegria de poder, de alguma forma, contribuir para trazer para perto de todos o ser humano especial que é o Kiko.

Esta história é antiga. “Rapidamente voltei no tempo, para 1988, quando vi começar uma geração maravilhosa, encabeçada por Kiko, Beto e Paulinho Lacativa”, lembra. Paulinho ‘pendurou a touca’ quando optou pela carreira médica.

Todos são unânimes em afirmar que a volta de Kiko Perrone para as piscinas das Laranjeiras será boa tanto para o Fluminense, quanto para o Polo Aquático Brasileiro.

“Um grande abraço. Até breve!”, foi assim que Kiko Perrone encerrou a mensagem. A Família Tricolor o espera, de braços abertos, para lhe dar as boas-vindas.

Cristiana Rosado